O significado do final surpreendente de Han Solo: Uma História Star Wars

Han Solo: Uma História Star Wars fez sua estreia nos cinemas na última quinta-feira (24) e possui um filme um pouco mais complexo que muitos imaginavam. A história é um tanto quanto simples, mas os roteiristas Jon e Lawrence Kasdan não se contentaram em apenas em preencher algumas lacunas da história do personagem.
Han Solo: Uma História Star Wars se trata de um roubo do combustível coaxium. Durante os eventos, ele também se reecontra com Qi’ra, sua amante, conhece Lando Calrissian, a androide L3-37 e também completou o Percurso de Kessel em 12 parsecs pela primeira vez.

Mas no fundo, o final reservou uma série de surpresas para os fãs da saga. Confira abaixo:

O Plano de Han Solo

O conflito final do filme começa quando Han e companhia chegam a Savareen com o coaxium pronto para refinamento. Primeiro, o grupo entra em contato com Enfys Nest, que também é revelada como membro de um grupo que está contra o Império. E isso gerou um debate em Han: se deixasse o combustível com Vos, resolveria todos os problemas, mas teria algumas consequências. Já se o deixasse com Enfys, estaria fazendo a coisa certa, mas o deixaria marcado como criminoso.
E a solução foi enganar Vos. Já prevendo o que iria acontecer, Han fez o vilão acreditar que se tratava de um carregamento falso de coaxium. Isso fez seus homens irem atrás do verdadeiro, que estava com Enfys, deixando Vos vulnerável.

A traição de Beckett

Dryden também revela que uma pessoa próxima de Han é seu informante. Todos suspeitam imediatamente de Qi’ra, mas na verdade, se trata de Beckett. E desde o início do filme, tivemos pistas de que isso aconteceria. Ele quase deixou Han e Chewbacca para trás em Mimban e chegou a dizer para o protagonista que “você deve assumir que vão te trair, e você não pode ficar desapontado”. E logo descobrimos seus motivos.
Isso até gera uma questão: Beckett já tinha essa intenção desde o início ou foi uma traição oportunista após Han revelar seu plano? Ficamos sem saber os motivos exatos, mas uma resposta mais clara poderia mudar o que o público pensou de Tobias.
Se essa sempre foi sua intenção, boa parte do filme retrata justamente os planos de Beckett e aquela frase sobre traição foi apenas um aviso para Han. Agora se foi algo oportunista, pode se tratar de uma maneira do personagem se preservar, que desejava abandonar a vida de crime e que poderia se tratar de seu trabalho final. Mas de qualquer forma, foi um momento crucial para Han no filme e uma das duas lições que ele aprendeu no caminho.

Han atira primeiro

Han Solo: Uma História Star Wars termina de uma forma um pouco bagunçada, mas vamos falar primeiro da relação entre Han e Beckett. Tobias pega Chewbacca como refém e planeja escapar com todo o combustível, apenas para ser confrontado por Han. Beckett tenta fugir e acaba em meio a um duelo com o protagonista.
Antes, um parenteses. No fundo, a cena lida um pouco com a controvérsia de “Han atira primeiro”, quando o personagem teria atirado a sangue frio em Greedo no primeiro filme da franquia. Reedições do filme modificaram essa cena, o que gerou a revolta de alguns fãs da saga, que acreditam que George Lucas modificou o personagem até demais.
Voltando à cena, ela também mostra a famosa esperteza de Han Solo. Ele sabe que não consegue derrotar Beckett diretamente em um combate, então usa seus truques e o conhecimento de seu oponente para derrotá-lo. Mas sua primeira ação após atirar é segurar Beckett em seus braços, o que lhe dá um senso de humanidade e ecoa o que Qi’ra lhe disse sobre ser um bom homem.

Maul era o grande vilão de Han Solo: Uma História Star Wars

Acabamos descobrindo que Qi’ra também traiu Han no final das contas, mas ainda existia uma revelação muito surpreendente pela frente. Qi’ra entra em contato com o líder da Crimson Dawn e após um tempo, descobrimos que se tratava de Darth Maul, que foi o grande vilão de A Ameaça Fantasma.
O simples fato de ter sido cortado no meio por Obi-Wan Kenobi e cair em um reator do planeta Naboo não foi o suficiente para matá-lo. Ele foi ressuscitado na série animada das Guerras Clônicas, que é considerada cânone.  Darth Maul sobreviveu ao ataque por conta da cauterização do sabre de luz e passou uma década isolado, movido por sua raiva, e retornou com a ajuda de seu irmão, Savage Opress.

Ele também formou uma aliança de criminosos que tinha como objetivo desestabilizar o Império. Depois, também retornou em Star Wars: Rebels, que se passa pouco tempo antes de Uma Nova Esperança, onde ainda teve direito a um último duelo com Obi-Wan. E antes de definitivamente morrer, ainda perguntou ao Jedi se Luke era realmente o escolhido.
Sua aparição em Han Solo: Uma História Star Wars se passa entre Guerras Clônicas e Rebels. Ele voltou para seu planeta natal de Dathomir, acabou se envolvendo com a Crimson Dawn por conta do que sobrou de sua aliança anterior. Sim, Maul é o responsável por tudo que aconteceu no filme, e Qi’ra se tornou parte importante de suas operações.

O filme mudou Han, e para melhor

Voltando a falar de Han, o filme conseguiu mudar um pouco a sua percepção. Na trilogia original, ele era aquele cara malandro que fazia um contraste com o mocinho Luke Skywalker, enquanto que em O Despertar da Força, teve mais um papel de mentor. Além de ter sido protagonista dessa vez, o Han Solo de Alden Ehrenreich é mais “heroico” que o de Harrison Ford, mas também sem perder a essência do personagem.
E isso pode ser visto em sua conversa com Qi’ra antes de atacar Dryden. Ela sabe que está destinada a ter uma vida de crime e que jamais escapará dela, mas sabe que Han jamais conseguirá fazer o que ela acabou fazendo por ele ter um bom coração. E isso fica mais claro quando ela o trai: Qi’ra só consegue escapar após tirar vantagem do julgamento de Han.
Por fim, essa “mudança” também lida com a questão de que ele atira primeiro. Ele sempre teve uma mistura de heroísmo com malandragem, o que fez ele se tornar popular. Ele pode atirar primeiro ou fazer perguntas primeiro, dependendo da circunstância, e é isso que diferencia um pouco a versão de Ehrenreich, em comparação com a clássica versão de Harrison Ford.
Mas no fundo, Han não precisava aceitar que era o herói, o que ele se tornou algum tempo depois. Nesse ponto de sua história, apenas precisava aceitar ele mesmo.
Fonte: AQUI

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